sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O Castelo de Aikenvortell


Situado na região nordeste de Vereerd, o Castelo de Aikenvortell é a casa da Família Everdeane desde os tempos da queda de Luchsos. O Fundador da família foi quem ergueu a muralha em volta de uma velha casa de pedra, na época atacada por inúmeros inimigos, mas que resistiu bravamente. A despeito das lendas, ora confirmadas com veemência, ora desacreditadas com desdém, sabe-se que o Grande Carvalho foi a origem de tudo. E que teve três gerações antes da atual árvore, que já está de pé no pátio principal do castelo ha mais de um século.
As Lendas contam que Horen Everdeane, o primeiro da linhagem de Sneiders leais á Távola dos kaptein de Gerlof, recebeu os kapteins em sua casa e os abrigou de uma tempestade de neve que durou uma semana e que se não fosse sua ajuda, todos os conselheiros teriam morrido a caminho do castelo de DraakHauss e Vereerd teria seu fim naquele dia. Como recompensa, o Rei deu a ele dinheiro e terras ao sul, perto de DraakHauss e disse que se ele quisesse poderia deixar aquela terra árida e perigosa e se juntar aos cavaleiros.
A região onde o castelo de Aikenvortell foi construído era árida e castigada pelas geadas e tempestades, nada crescia na região a não ser o mal. Conta-se que Horen enterrou sua esposa e filhos depois de um inverno impiedoso e iria sair das terras que ocupara e aceitar de bom grado o presente do Rei, mas estava impossibilitado de avançar diante de uma marcha crescente de um bando de ladrões, mercenários e bandidos viajantes, que em breve deixariam a terra, já árida ainda mais desolada, e com certeza, o matariam.
Horen então resolveu erguer um monte de pequenas pedras no formato de um simples altar para Tyr, e pediu que ele desse sua sabedoria e iluminação. Ele tinha dúvidas. Fugir por outro caminho, abandonar a casa e a terra que herdara e onde viveram seus ancestrais para aceitar o prêmio do Rei, ou ficar e defender seu berço com sangue?
Sem resposta aparente, Horen pegou sua antiga espada e vestiu a armadura. Se iria morrer, que fosse de espada em punho. Foi neste momento que o Deus se manifestou e Horen se sentiu capaz de enfrentar a ameaça. Imbuído de poder divino, Horen matou cada um dos bandidos com sua espada e percebeu que sua decisão foi a resposta ao chamado de Tyr, a resposta que ele esperava. Desde esse dia ele resolveu que iria levar a palavra de Tyr por toda a Vereerd e se tornou um paladino.
Horen, o santo, como ficou conhecido anos depois, se preparava para deixar sua pequena casa de pedra, quando observou um pequeno ramo verde, de raízes finas que tremulava e lutava desesperadamente contra a neve e os ventos para se manter de pé. A planta havia nascido no local exato onde estavam sepultados os corpos de sua amada esposa e filhos.
O Fundador da família Everdeane então entendeu o que deveria fazer. Ele cercou o pequeno ramo de proteção, regou e adubou a planta, e só então partiu para DraakHauss. Prometendo e jurando pela alma de seus ancestrais que voltaria.
Anos mais tarde, já com uma nova esposa e uma nova família, Horen retornou ao árido local de onde saiu. Encontrou no lugar da velha planta um gigantesco Carvalho, o maior de toda Vereerd, a árvore cresceu tanto que seus galhos formaram um escudo natural, que deixou a casa protegida do tempo e do desgaste.
Foi então que com seus recursos o velho e moribundo cavaleiro ergueu o Castelo de Aikenvortell, que significa "Raizes de Carvalho". Ele ordenou que toda sua riqueza e conquistas fossem trazidas do sul e os usou para construir um belo castelo, das bases da velha casa. Ali ele viveu o resto de sua vida ao lado da família e treinou seus filhos como cavaleiros valorosos. Ergueu um pequeno templo a Tyr no mesmo lugar onde o altar fora feito e com o tempo aprimorou o complexo até que se tornasse a imponente casa dos Everdeane de hoje.
Já no fim da vida, Horen entendeu que ao cumprir seu dever naquele dia, ele estava fazendo a coisa certa e que sua recompensa foi dada pelos deuses na forma de uma família forte como o carvalho que ensinara a ele a lição. Foi aos pés do Carvalho que uma lápide foi erguida quando Horen, o santo se foi, com suas ultimas palavras: "Aquele que cumpre seu dever, nunca tem dúvidas”.

sábado, 20 de outubro de 2012

Gigantes Despertos (Parte III)



Estavam os dois ali, um de frente para o outro, Dracul de Nibirus se move cautelosamente, mas sem demonstrar nenhum sinal de medo até uma velha cadeira que parece suportar seu peso e assenta vagarosamente sem tirar os olhos de Solomon Sorento, que já estava sentado e ingerindo boas quantidades de vinho, este com a expressão debochada de sempre, como se nada nem ninguém no mundo pudesse atingi-lo. Era inevitável que lembrassem do passado, mas começaram imediatamente a discutir sobre o que vieram fazer.

Solomon: -“Ora, se não é o traidor, o famoso caveirinha. Espero que tenha vindo com mais disposição e tempo do que foi quando estava de frente diante dos servos do falecido Pelor.”

Dracul:- “Cuidado com suas palavras chupador de chifre, não estou com paciência para suas irreverências e tampouco disposto a escutar de um traidor que eu mesmo seja um traidor. Quanto aos servos e paladinos do radiante, não só em minha porta bateu um deles.”

O silêncio imperou no lugar durante alguns instantes.

Dracul:- “Ele nos levou a isso, ele nos impeliu a lutarmos enquanto armava em nossas costas, mas fomos nós que o fizemos, nós que nos atacamos. Maldito Shinn, ele com seus conselhos destruiu uma aliança de séculos e tomou tudo que tínhamos.”

Solomon:- “Ainda se escondendo atrás de Giacomo? Ele se foi, nem nosso ritual profano se mostrou infalível no final. Os servos de Pelor jamais imaginariam que uma semideusa pura de coração iria se macular e corromper para levar com sigo aos reinos da morte permanentemente um de nós.”

Dracul:- “Com ela, a vadia levou um terço do nosso segredo. Eu venho tentando reproduzir o ritual há tempos e falho todas as vezes. Maldito seja Shinn, deixar uma semideusazinha levá-lo para o além túmulo de forma que nem eu consiga me comunicar com ele.”

Solomon:- “Vamos parar de falar do passado Dracul, vamos ao que nos interessa neste momento. A poderosa coroa de Luchsos está comigo, assim como seu portador. O que faremos a respeito?”

Enquanto diz as palavras, Solomon roda a coroa em sua mão como se fosse algo sem valor e inútil.

Dracul:- “Simples, você me dá a coroa e pode ficar com o portador, troca justa, a menos que queira sentir minha fúria.”

Dracul lança um olhar sinistro para Solomon que nem se incomoda.

Solomon: -“ Não é assim que as coisas funcionam comigo caveirinha. Eu lhe dou a coroa, mas em troca eu quero que retraia sua maldita investida a todos os reinos que lhe cercam durante todo um ano.”
Dracul fica pensativo, não era de seu estilo recuar em batalha ou em qualquer investida, porém aquela coroa lhe daria algo que possuía no passado e não o tinha mais.

Dracul:-“ Eu aceito, mas com a condição que não poderá mais influenciar os reinos ao seu norte direta ou indiretamente durante dois anos."

Solomon:-“Eu aceito. Agora, façamos o pacto inquebrável e não demoremos mais a nos retirar da presença um do outro.”

Assim eles prosseguiram com o feitiço de Pacto desenvolvido a mais de dois milhares de anos pelo companheiro morto. Agora, estavam tratados e obrigados a cumprir a promessa. Solomon entregou a coroa e o usuário que agora não tinha mais valor algum para ele enquanto dracul chamou Kath-lanna, uma das quatro vampiras da carruagem e lhe deu as instruções de recuar todas as tropas para o refúgio e esperarem por ordens dele. O necromante foi o primeiro a sair deixando para traz Solomon com cara de satisfeito, quando Dracul já havia ido embora com sua carruagem um ultimo comentário para ninguém foi dado pelo mago.

 –“ Seu orgulho, seu excesso de confiança e sua megalomania sempre foram suas fraquezas, Dracul de Nibirus.”

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Gigantes Despertos (Parte II)


A noite cai em Deltha, as maldições jogadas em seu solo se erguem com força inimagináveis. Dracul de Nibirus está em sua confortável carruagem junto de suas belas vampiras, estas beldades são suas amantes e também quatro de seus melhores soldados, sua guarda pessoal. A carruagem não é guiada por nenhum cocheiro, mas pelas ordens mentais do próprio necromante aos cavalos demoníacos chamados de pesadelo, seis deles o levam para seu destino com as crinas e olhos em chamas causando reflexos pavorosos no branco da madeira da carruagem e no brasão metálico da família real de Nibirus. Olhando para fora Dracul conseguia ver como toda aquela terra mudou com guerras e catástrofes além de governantes idiotas que tinham maltratado seu amado reino que por direito apenas pertencia a ele. Se lembrou de como procurou aquilo que havia lhe sido roubado e de como o destino estava lhe pregando outra peça jogando na mão de seu antigo aliado e inimigo, Solomon Sorento. Dracul não tinha medo em seu coração, apenas ódio profundo e estratagemas bem definidos que alias já haviam começado a surtir efeito. Sua névoa dos mortos estava expandida o suficiente para atrair a atenção de todos aqueles que ele desejava e suas atenções já estavam voltadas para ele. A destruição, a morte e revitalização de seus soldados por onde passava a névoa era inevitável, os paladinos caiam em desgraça ou nos braços da morte diante do mal que lhes perseguia, as terras mais uma vez expurgavam seus cadáveres para que caminhassem levando a justiça dos mortos por onde quer que fossem, enfim, esta era sua marca, a marca da destruição de todos aqueles que não lhe servissem, e este era o aviso. Logo a veloz carruagem chegou a estalagem em ruínas, o palco de mais uma intriga entre Solomon e ele, claro, escolhido cuidadosamente pelo mago velho e louco. Dracul saiu em sua armadura prateada com símbolos da mais pura necromancia, sua espada era uma montante de ossos cuja lâmina, seu troféu mais precioso, a presa do devorador de mundos. Dracul caminha para dentro da ruína com apenas um intuito, pegar o que lhe pertence. Hoje, novamente dois gigantes estarão de frente um para o outro e o resultado deste encontro guiará o rumo da guerra em Regna.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Gigantes Despertos (Parte I)


Solomon Sorento caminhava lentamente pelas terras de Deltha após sua nova aquisição, a Coroa demoníaca de Luchsos. Todos a conheciam por este nome e por muito tempo ela ficou desaparecida, afinal, os cavaleiros a esconderam de forma eficaz. Os deuses são engraçados, deram a oportunidade a ele de levar a coroa consigo e com ela, destruir e corromper algum reino. Junto a Solomon, caminha o antigo rei, que agora está hipnotizado por uma magia singular, chamada Tarefa/Missão, sua missão, dada pelo próprio Solomon é no mínimo divertida, afinal, o homem não tem poder nenhum sem a coroa e entregar-lhe a coroa significaria retirar-lhe automaticamente do efeito da magia. Gerlof, o cavaleiro apenas teve trabalho em banir este homem fraco por causa do artefato que lhe dava poder o suficiente para fazer feiticeiros poderosos tremerem de medo. As estradas estavam ficando cada vez mais frias, as vilas em volta cada vez mais destruídas devido as hordas de mortos vivos que Dracul espalhava inconseqüentemente pelo reino, Solomon conta com a força do reino dos justos para que Dracul não obtenha sucesso, gostava de lembrar de como ele, Dracul de Nibirus e Giacomo, na época conhecido pelo seu verdadeiro nome, Shinn, eram invencíveis unidos, mas no caminho negro não existem alianças que não devem ser quebradas, e logo Dracul estava cobiçando a terra dos outros dois aliados... velha história. Há dias não lhe saia da cabeça o cavaleiro que teletransportou para conhecer o mar e ver se com isso esfriava a cabeça. Riu um pouco se lembrando de como gostava de provocar seus propensos inimigos e de como fez cada um daqueles cavaleiros serem teletransportados aleatoriamente por todo mapa de Regna. Novamente riu sabendo que foi este tipo de atitude que o fez perecer diante dos inimigos sagrados do passado.  Entravam agora em uma estalagem vazia e mal cheirosa para passar a noite, sua serva oculta cozinharia e limparia o lugar magicamente para esperar por seu velho aliado que logo viria, ele mesmo queria a coroa e procurava por ela como um louco, afinal, foi ele, que apresentou a família real de Luchsos os caminhos negros do abismo. Agora é só esperar, todos aqueles que se erguerem contra ele não terão nenhuma chance, Shinn está morto, perdido para sempre, drenado pela semi-deusa Illanna, Dracul se tudo desse certo, apanharia como uma cadelinha para Vereerd, Goflien, Kethragoll, Deltha e Markath, o que faria esse velho mago gargalhar de satisfação e enquanto isso, ele iria mais ao norte erguer a última flor de Giacomo, a doce paladina caída  Venedra Falallindi. Agora sim, quem rir por último, vai rir melhor.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Viagem a Collush



Deli estava deslumbrante em seu vestido de viagem, não há um homem que não a olhasse agora, porém está sentada ao lado de um poderoso nobre da cidade de Collush, conhecido como “Senhor das Argolas” por ser o maior negociante de escravos da cidade.  A viagem é tranqüila, o difícil é agüentar o próprio nobre, que apenas deseja a ela durante dia e noite. Em certos dias sua habilidade é exaurida devido à devassidão do homem.  Quando chegam à maravilhosa cidade é inevitável que ela se lembrasse de Johan e Gaus. Com um sorriso maravilhoso se lembra dos trejeitos dos dois que aprendeu a gostar como verdadeiros amigos, mesmo sabendo que em seu mundo, ninguém nem nada é seu amigo.  Chegando a mansão luxuosa  do nobre, ela tem que lidar mais uma vez com ele. Logo eles vão para o quarto e o homem começa a beijar o pescoço da moça que movimenta uma das mãos com um toque suave subindo pelo peito do homem até alcançar a testa, onde deposita a mão e com apenas uma palavra mágica o coloca em transe. Dentro dos sonhos forçados de Tessa, o nobre imaginará que passará o resto do dia até altas horas de amor selvagem e carnal com Deli, enquanto sutilmente Tessa faz as perguntas que desejar para ele. Novamente impossível não lembrar dos dois bobos, eles ainda acreditam que eu me prostituo de verdade.
Enquanto o nobre dorme o sono dos saciados, na alta madrugada Tessa abandona seu disfarce aderindo a outro e com o talento de sua profissão consegue se esgueirar até o castelo de Lady Uriyah. O caminho é decorado desde infância quando estava em treinamento com a poderosa “Senhora dos Prazeres” e logo alcança a câmara do silêncio, nela, há tapeçarias e almofadas por toda parte. Neste local a sua espera a própria governante da cidade a aguardava. Os incensos estavam mais cheirosos do que nunca e dentro da sala do silêncio, nem magias de detecção poderiam deixar que aquela conversa fosse ouvida.
No outro dia, já na casa do homem que a acolhera na cidade, Deli já consegue sua passagem de volta fazendo com que o nobre pague todos os custos e uma pequena escolta para que retorne a sua cidade natal com segurança, porém, apenas daqui a uma semana, afinal, Kayla está muito atarefada visitando sua mãe.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Batedores em Vanfir



As flechas não param de chover sobre nós, esses nativos são realmente mais durões do que parecem, mal entramos nesta floresta amaldiçoada e começaram a nos caçar feitos loucos. No ultimo dia descobri que isso é devido a um dragão que está caçando um maluco que o roubou e eles acham que temos a ver com isso. Pelo menos posso dizer se sobreviver a meu “gostosinho” que os carregamentos de armas estão paralisados por enquanto. Infelizmente nós estamos nos escondendo a mais de oito dias e toda vez que saímos do esconderijo para caçar ou buscar água é realmente muito perigoso. Dulssan, que é o motivo de eu estar aqui já me salvou a pele mais de um punhado de vezes nestes dias, creio que ele seja confiável e mereça o cargo que possui, afinal, foi apenas o ego de Agrias que a fez dizer aquilo ao “gostosinho”. Hoje me deparei com uma bandeira verde com olhos reptilianos em uma caravana de kobolds que cruzavam a floresta com muita comida, comida esta que agora está em nosso refúgio, infelizmente não conseguimos nenhum deles para interrogar. Jerk está desconfiado que algo muito maior está acontecendo, que a guerra entre os goblinóides e Ellenamme tem outro propósito, porém quando o questiono por causa dessas desconfianças ele não consegue citar nem uma linha de ação seguindo este raciocínio. Amanha vamos nos mover para a borda da floresta o mais rápido possível, vamos tentar fugir deste lugar mas não antes de descobrir o que viemos descobrir, eu nunca me perdoaria se retornasse de mãos vazias. Ele é a única pessoa que já me deu algum valor, a única pessoa que confia que EU sou a mulher certa para essa missão, então, nunca o decepcionarei. Agora é hora de atacarmos esse novo grupo de goblinóides que estão passando pela floresta, são bem protegidos por Trolls e centauros, porém nunca, eu disse NUNCA vou temer enquanto tiver minha pátria para proteger e meus amigos cuidando de minhas costas. Avante guerreiros, vamos destruir mais selvagens imundos! 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O Grupo Perece


Ela estava assustada, tinha acabado de ouvir gritos enquanto buscava lenha para alimentar a fogueira. Sua armadura ainda brilhava, afinal, não haviam encontrado inimigos até este momento. Retornou correndo para o acampamento carregando toda lenha que conseguiu pegar na borda da floresta. Quando chegou viu a terrível cena que suspeitava, cinco humanos armados com espadas longas e Brunea acabando de matar seus companheiros. Ela quis correr para o meio desses malditos e cortar-lhes suas cabeças, porém sabia que esses carniceiros apenas teriam mais uma para fatiar. Quando estava se afastando o mais silenciosa possível e com a vista embaçada de tantas lágrimas, um dos ladrões a avistou e gritou: “Temos mais uma ali!” Logo se colocaram a correr atrás de Katrien que com toda velocidade e desespero corria para se afastar de seus perseguidores adentrando mais e mais a floresta na direção suldeste. Os carniceiros atrás dela não desistiam e ela estava ficando cansada, sabia que seu destino seria ainda pior se eles a pegassem e com o desespero crescendo dentro de seu peito desejou nunca ter saído de sua amada Vereerd, da companhia de sua amada mãe e do carinhoso abraço de seu pai, porém as lágrimas pararam de repente, acabara de recordar o que seu pai lhe dizia e repetiu para ela mesma desembainhando a espada: “Tenha Fé em Tyr, com ele em seu coração não terá o que temer!” neste momento a clériga de Tyr para bruscamente apoiando uma das pernas em um tronco de árvore caído e com um movimento rápido consegue agachar antes de o primeiro ladrão acertar sua espada no peito da menina que com outro movimento rápido passa sua lâmina com vigor na junta próxima ao joelho de seu atacante. O homem cai rolando pelo chão e batendo contra o tronco de árvore, chorando de dor e ódio. Os outros param sua perseguição sem entender o que aconteceu e começam a tentar flanquear a garota que nitidamente se colocou disposta a enfrentá-los. Logo um deles investe contra Katrien, que apenas tem tempo de colocar sua ombreira na direção do golpe, porém esta resiste e a lâmina do inimigo não consegue feri-la, com o impacto a clériga da alguns passos para trás, o suficiente para conseguir saltar o tronco. Logo outro inimigo corre em sua direção girando a espada e desferindo um forte golpe que para na espada de katrien. Os ladrões investem cada vez mais em cima da menina enquanto o homem caído se recupera e começa a mancar na direção da clériga. Mesmo com toda a vontade do mundo ela percebe que não conseguirá vencê-los, a vantagem de serem cinco é intransponível para ela e correr não é mais uma opção, nesta situação Katrien decide apenas fazer o que acha certo, levar o máximo deles com ela. A clériga de Tyr se joga contra os inimigos que ficam perdidos com a mudança de rumo da garota flanqueada, logo ela consegue uma brecha para desferir outro golpe e coloca toda sua força e vontade para fazê-lo: “Tyr, me ajude a Destruir este Mal!” Com essas palavras sua lâmina brilha em tom azulado, toda a força do golpe parece que vai ser amortecida pelo elmo do oponente quando este se quebra e na verdade permite que a lâmina crave em seu crânio esguichando sangue para todos os lados.  Os outros parecem cegos e ainda sem entender só conseguem recuar em pequenos passos tentando se defender quando mais um deles cai diante da ferocidade crescente de Katrien. Aproveitando este momento a clériga invoca uma cura leve em seus ferimentos e põe se sobre o homem machucado que por este motivo não consegue evitar a morte. Os outros dois correm desesperados floresta a fora enquanto Katrien apenas os observa imóvel e com ar superior recitando baixinho “Um homem ou mulher que cumpre seu dever, nunca tem dúvidas.” 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Fúria no ár



Ele estava furioso, nunca fora tão insultado e trapaceado em toda sua existência e isso inclui todos os seus mil e seiscentos anos da mais pura existência dracônica. Khehellaellian agora estava sobrevoando a floresta atrás de suas relíquias que foram roubadas por algum homenzinho insignificante com a ajuda daquela que um dia pensou em considerar como sua filha. A arrogância e a ganância foi tamanha, que levaram uma grande quantia de ouro e pedras preciosas com eles. Seu vôo esta se mostrando infrutífero, uma floresta tão densa deixaria a tarefa de recuperar seus pertences e se vingar bem mais difícil, assim como saber que o maldito que fizera isso agora estaria se banhando com os conselhos de Mazda e provavelmente usando de seu corpo jovial, que tanto guardara para si próprio.  A medida que refletia sobre tudo seu ódio aumentava e logo ele avistou um pequeno sinal de fumaça no meio da floresta, sem pensar duas vezes se colocou em posição e com um mergulho excepcional se enroscou e driblou as árvores abaixo dele, agora com as asas recolhidas e suas patas se mexendo na velocidade que seu ódio permitia. Chegando próximo percebera que é um acampamento de goblinóides, “Talvez um deles seja o culpado” pensou  Khehellaellian e logo já disparava sua poderosa rajada ácida sobre as cabeças despreparadas e amedrontadas dos viajantes da tribo. Eram muitos pequenos seres que o grande ancião matava facilmente, as magias que lhe eram lançadas nem chegavam a sua duríssima couraça, suas baforadas dizimavam dezenas por vez e no local onde acabara de matar uma comitiva militar de mais de cem goblinóides, apenas restava corpos derretidos e uma grande clareira no meio da floresta.
“Cuidado ser insignificante, eu  Khehellaellian vou achá-lo e fazê-lo pagar por tudo!” Dizendo essas palavras se colocou novamente em vôo.