Sentado em cima da grande muralha de pedra que antecede o imenso castelo encrustado na montanha da ilha de Lussiox, Feänor respira profundo e tenta lembrar-se de como chegou ali. Não que ele estivera inconsciente ou coisa assim, e sim por ter aceitado o convite de uma das criaturas que ele mais odiava. Há cinco dias enquanto perambulava sem rumo pelo deserto de Djar, Esvath a rainha gélida foi até sua presença e o convenceu a se unir a ela. Agora tudo o que ele pensa é que Maeve ficará possessa quando descobrir, porém ele não pode mais se importar com o que ela pensa ou com o que a deixa com raiva, afinal ele não tem mais ligações com ela. O vento muda a direção e esfria um pouco deixando o elfo inquieo enquanto olha para todas as casinhas que ali já se construíram, o que o fazia lembrar-se de outro tópico, “o povo é realmente estranho” falou para o nada como se fosse apenas um grande suspiro. Esvath fora um dos seres mais malignos que andaram em Menestrello, ela destruiu o reino anão e dizimou mais elfos e criaturas do que poderia contar, porém depois que voltou de sua prisão com certeza está diferente e o povo amou isso. Eles não se lembram, não tem como se lembrarem. Hoje o que Feänor pode afirmar é que o mesmo povo que a Sumo-sacerdotisa de Lolth destruíra um dia, ela acolhe, da moradia e proteção na ilha. Os drows nem são a maioria, porém também não se vê anões entre eles. “O que está acontecendo com o mundo?” mais uma pergunta que se perde ao vento, porém o mais importante, “o que está acontecendo comigo?” esta última, mais interna do que nunca, afinal ele é um ser celestial, sempre gostou de elevar e exaltar a bondade e sabe que está a serviços de um mal maior do que ele mesmo possa compreender por completo, talvez por isso consiga estar ali. Esvath afirma que os Valandil existem, um grupo manipulador de pessoas poderosas que usam seus dons para passarem despercebidos e manipularem o mundo em busca de domínios e vantagens próprias. “Basicamente, para aqueles bastardos do Valandil somos todos suas marionetes.” Desta vez o som veio de dentro do peito, algo cheiado, feio, como se fosse explodir, sim, Feänor está furioso com esse grupo, afinal, foram eles que lhe tiraram a oportunidade de ser feliz, foram eles que lhe retiraram seu mundo e o prenderam em um portão místico para servir de chave. Fúria é pouco, o que ele quer é vingança, “Sim! Por isso estou aqui, ela me prometeu Vingança!” agora o som foi um grito agoniado vindo do fundo de sua alma. “Que venha os Valandil, a partir de agora, não serei tão bonzinho.” E em conjunto com o ressoar de suas palavras Feänor se libertou de suas travas, seus dogmas e em parte, de sua sanidade.
sábado, 16 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
A Queda da Aranha (Parte I)
Já era noite quando a fria e satisfeita dama do gelo retornou a seu trono, tudo corria como esperado, nunca alguém ousou fazer o que ela estava fazendo, nunca alguém ousou desafiar aqueles que não poderiam ser desafiados e nunca alguém esteve tão próximo de conseguir seu objetivo. Os deuses estão em uma guerra tão intrínseca que não conseguem enxergar os perigos que essa frágil Regna vem correndo. Muitas foram as vezes que escutou que “O bem nunca esteve tão forte”, verdade? Todos estão enganados e os poucos que conseguem ver a verdade não ousam dizê-la agindo sozinhos e desamparados contra a armadilha que lhes esperam. O único servo do imenso castelo, um drow de nome Trellion se aproxima de sua senhora e hesitante compreende a vitória de sua mestra. Aos pés da bela rainha está caída uma semi-deusa, a mesma que lhe frustrara os planos séculos antes. Agora que Illanna pertence à Esvath, as coisas vão mudar, porém, o que mais mudou foi a própria rainha, isso Trellion deve admitir. A poderosa sumo-sacerdotisa de Lolth vem agindo contra os interesses e vontades da deusa, o que realmente é inusitado.
“Minha senhora, quais são minhas ordens?” – pergunta o servo com voz trêmula. Sem tirar os olhos da face de seu prêmio inerte no chão a rainha apenas lhe desfere um aceno que pode ser entendido como um “nada”. O servo faz outra reverência e sai do grande salão.
Neste momento entra pela imensa porta uma presença inesperada, uma serva poderosa da deusa dos drows, Lanishit é o nome desta clériga de Loth, se a memória da rainha não lhe falha.
“O que deseja aqui pequena? Não sabe se anunciar antes de entrar no salão de uma rainha?” – Os olhos de Esvath focalizam exatamente os movimentos da clériga que continua adentrando o salão.
“Venho em nome da mãe dos Drows, da tecedeira dos destinos e de vossa deusa, Lolth”. Esvath faz um olhar mais interessado, porém ameaçador que faz com que a próxima frase da clériga saia meio trêmula “Para de agir por conta própria, você segue a um propósito e este não é o meu. Pare ou será caçada e banida!”. Lanishit assume uma postura superior e continua
“A tecedeira ordena que me entregue o corpo de Illanna, á Intocável!”
Esvath assume uma expressão de puro ódio e ergue-se do trono. “Eu tenho a resposta para sua deusa, pequena clériga. E a resposta é essa!” Com apenas um gesto tudo aquilo que era ou que pertencia a Lanishit se tornou pó.
Esvath volta a se acomodar em seu trono e bate palmas duas vezes. Trellion chega esbaforido e assustado com a quantidade de pó no centro do salão apenas faz uma reverência e corre para limpar os restos.
“É exatamente isso Trellion, que acontecerá com qualquer um que se opuser contra Minha vontade agora! Que a queda da Aranha comece!”
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Mensagem a Vereerd
Para Yorick Everdeane, sábio do conselho de Gerlof, Senhor da casa Uil, Duque de Aikenvortell.
Meu senhor é com enorme alegria que lhe escrevo uma das maiores vitórias contra o mal que paira sobre todas as terras. Um dos grandes Imperadores Magos finalmente encontrou seu fim permanentemente, porém é com pesar que trago a notícia da destruição de toda guarda de elite montada entre o esforço do nosso rei, da rainha de Deltha, do sagrado pai de Markath, dos anões mais ao norte e do reino de Glofien. Há um mês se reuniu aos pés da cordilheira uma pequena milícia com a bandeira de Baelael, a frente desta milícia estava um necromante de nome Shinn. Aparentemente outros se uniram a ele durante a subida a cordilheira, uma pequena milícia do larápio e auto intitulado rei dos ladrões Gray Fox, nomes importantes dos iniciados da ordem do arco, aparentemente a mãe de Vanfyr e muitas outras criaturas inusitadas e poderosas. O resultado é que o selo e os guardiões da tumba em que estavam a protegendo pereceram há duas noites. A notícia boa é que dizem que Giacomo foi derrotado para sempre com uma espécie de feitiçaria dirigida por este tal necromante. Cabe-se dizer meu senhor, que Shinn é filho de Giacomo. A grande guardiã da tumba aparentemente foi derrotada e tomada de uma fúria sem tamanho desapareceu. Dizem que ela estava corrompida e que o mal já habitava seu coração. Essas meu senhor, são notícias da cordilheira onde tudo agora repousa em paz. Fui até os escombros da antiga fortaleza que me descreveu e realmente a encontrei destruída, segundo um companheiro clérigo de Tyr que trouxe em meu auxílio, não há mais resquício de maldade no lugar. Não entendo por completo o que aconteceu aqui, e os envolvidos já desapareceram como fumaça ao vento. Continuo seguindo meu caminho para Oghua como me ordenaste, mas não pude deixar de relatar estes fatos ao senhor. Apenas mais uma coisa, vossa filha Katrien está voltando a Vereerd, pois segundo ela uma sombra irá se erguer ao norte, mais ao norte do que Dracul de Nibirus. Os detalhes pergunte a ela quando chegar.
Do Vosso servo e amigo Balthazar Wolven
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