quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Nocturnal, A Mãe da Noite


Nocturnal é uma deusa pouco conhecida e é difícil identificá-la para os clérigos mais habilidosos devido aos seus dogmas e sua origem. Diferente de outros deuses ligados a sombras, segredo e a noite Nocturnal prega uma sombra primordial, neutra, onde tanto o bem se oculta quanto o mal. Nocturnal é a patrona de seres que utilizam as sombras e a noite como refugio para seus atos, ela prega o ataque certeiro em seus oponentes vindos de uma surpreendente recém descoberta. 
A igreja de Nocturnal é pequena comparada a qualquer outro deus do panteão, porém é assim que a mãe da noite deseja, suas escolhas de seguidores são sempre inusitadas e acontecem nos momentos mais inesperados. Dizem que a mãe sombria trás para debaixo de seu manto negro aqueles que clamam por ela em silêncio, aqueles que desejam fazer a diferença entre as sombras frias e cortantes. A maioria de seu clero possui níveis de ladino, bardo, ninja e ranger. 
Em questão de relacionamento com outros deuses, Nocturnal possui como inimiga mortal a deusa Shar  que a teve como serva durante muito tempo. Hoje Nocturnal se coloca em posição neutra, ajudando às vezes os deuses bondosos e às vezes os deuses malignos, mas tendo em comum sempre a pitada leal em suas ações. Muitas divindades desconfiam de suas atitudes e outras ainda acreditam que esteja ligada a Shar. 

Dogmas: Um segredo apenas deve ser revelado aos seus companheiros ou aos seus irmãos de fé nunca revelem um segredo pela simples imprudência de fazê-lo. As sombras são suas melhores armas, porém sua pior inimiga, nunca relaxe se achando segura nas sombras, elas a escondem como a todos os outros que sabem como fazê-lo. Traga informações, segredos e vantagens para sua fé. Seja leal em sua palavra e nunca a esqueça, julgue aqueles que se afastaram dessa verdade.


Símbolo: Disco negro contendo um corvo exaltando a lua na cor cinza.
Tendência: Leal e Neutra
Aspectos: Noite, Segredos revelados com sabedoria, Escuridão, Justiça eOrdem.
Domínios: Conhecimento, Ordem e Noite.
Arma Predileta: Adaga de Basilisco ( Doce Noite)




Interlúdio Musical


Tradução de Misty Mountains(Cold)

Montanhas Nebulosas
(John Ronald Reuel Tolkien)

Para além das Montanhas Nebulosas, frias,
Adentrando Cavernas, calabouços cravados,
Devemos partir antes do sol surgir,
Em busca do pálido ouro encantado.

Operavam encantos anões de outrora,
Ao som de martelo qual sino a soar
Na profundeza, onde dorme a incerteza,
Em antros vazios sobre penhascos do mar.

Para o antigo Rei e seu elfo senhor
Criaram tesouros de grã nomeada;
Pedras plasmaram, a luz captaram
Prendendo-a nas gemas do punho da espada.

Em colares de prata eles juntaram
Estrelas floridas, fizeram coroas
De fogo-dragão e no mesmo cordão
Fundiram a luz do sol e da lua.

Para além das Montanhas Nebulosas, frias,
Adentrando Cavernas, calabouços cravados,
Devemos partir antes do sol surgir,
Buscando tesouros há muito esquecidos.

Para seu uso taças foram talhadas
E harpas de ouro. Onde ninguém mora
Jazeram perdidas e suas cantigas
Por homens e elfos não serão ouvidas.

Zumbiram pinheiros sobre a montanha,
Uivaram os ventos em noites azuis.
O fogo vermelho queimava parelho,
As árvores-tochas em fachos de luz.

Tocaram os sinos chovendo no vale,
Erguiam-se pálidos rostos ansiosos;
Irado o dragão feroz se insurgira
Arrasando casas e torres formosas.

Sob a luz da lua fumavam montanhas;
Os anões ouviram a marcha final.
Fugiram do abrigo achando o inimigo
E sob seus pés a morte ao luar.

Para além das Montanhas Nebulosas, frias,
Adentrando Cavernas, calabouços cravados,
Devemos partir antes do sol surgir,
Buscando tesouros há muito esquecidos.


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A Tumba do Rei Gilderoy



Rezam as lendas que quando o continente ainda possuía outro nome e aquelas terras pertenciam a outros reis, um rei criou para si um repouso para onde fugia sempre que sua cabeça não conseguia descanso, no meio de uma floresta densa e povoada ele abriu uma clareira e nela construiu seu palácio. Ninguém conhecia a localização, pois o rei era um mago poderoso e cada trabalhador após concluir o trabalho tinha essa parte da memória extraída e jamais se lembravam de onde haviam conseguido tanto dinheiro. Quando o palácio ficou pronto e ninguém mais estava por perto, o Rei Gilderoy começou a escavar sua tumba, pois um lugar resplandecente seria o repouso quando sua morte chegasse. Durante anos o Rei sempre visitava seu palácio e incluía um corredor em sua tumba, quando conseguiu terminar ele trouxe pequenas partes de seu tesouro para que não ficasse desprovido quando fosse para o mundo dos mortos e sabia que quando morresse talvez nada restasse à sua mulher e suas filhas devido ao caráter de seu filho mais velho que o sucederia no governo. Para aquele santuário ele colocou todos os seus livros, sabia que não valiam tesouro e que tesouro nenhum pagaria por tanto conhecimento, em sua câmara funerária ele colocou seus mais belos itens e seu maior tesouro, porém ele nunca revelou a ninguém o que considerava mais valioso em toda a terra, depositou seus maravilhosos livros em suas estantes, um grimório posicionado à cabeceira da mesa de mármore onde seria depositado seu corpo inerte, nesse grimório o rei escreveu apenas uma magia, depositou algumas joias e o trono de sua família que não era feito de pedras preciosas e ouro, mas que era feito de carvalho antigo, o carvalho do conhecimento.

O Rei Gilderoy esculpiu cada guardião de sua tumba, projetou cada armadilha e criou o feitiço que quando fosse depositado em sua câmara morto, o grimório animaria tudo na tumba permitindo apenas que quem lhe trouxesse saísse com vida.

Quando tudo foi concluído, Gilderoy foi até seu escudeiro, um homem valoroso e leal e contou a ele a localização de sua tumba e ordenou que apenas ele levasse seu corpo para seu descanso eterno, que ele não deveria revelar a ninguém a localização e jamais deveria se apropriar de qualquer tesouro presente lá.

Gilderoy permaneceu como rei durante muitos anos e seu filho, um guerreiro poderoso, ganancioso e ambicioso desejava sua morte com rapidez para assumir seu trono e suas riquezas. Certa vez em que seu pai viajou para seu recôndito palácio o seguiu para saber o que o velho mago estava tramando, surpreendeu-se ao ver que parte de “seu” tesouro havia sido usurpada para aquela construção magnífica e vazia, não havia sequer um lacaio para servir seu pai. Quando seu pai entrou no labirinto sabia que estava sendo seguido, porém foi ainda mais fundo, o príncipe o seguia em silêncio, a espada desembainhada, ninguém desconfiaria se o velho morresse ali e jamais saberiam. O rei sabia que sua hora havia chegado, mas não perdoaria morrer nas mãos de seu próprio filho e usurpador, entrou na câmara principal e deitou-se na lápide fingindo meditar profundamente, o príncipe se aproximou com cuidado e percebendo que o velho caíra em sono profundo penetrou sua lâmina em seu peito, o rei abriu os olhos enquanto o sangue manchava suas vestes e escorria pelo chão, olhou seu filho nos olhos e com lágrimas proferiu a maldição:

“Enquanto não encontrares a morte honrada, seu corpo e sua alma estarão presos à minha tumba. Rei você não será, ficará esquecido nos confins dessa sala até que valorosos venham lhe redimir.”

Quando o rei extinguiu suas forças sobre a lápide o grimório brilhou e as portas da câmara foram seladas e o labirinto ficou animado, o príncipe morreu sozinho e abandonado sentado ao trono de seu pai e com sua coroa na cabeça. Nenhum dos dois fora mais visto e a filha mais velha de Gilderoy assumiu seu trono governando o reino com graça e bondade.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Eco Milenar (Parte I)


Maltha já estava impaciente com a espera, sabia que Olanor e Eloha não eram de se atrasar, principalmente em uma situação como a que iriam enfrentar. Há muito tempo haviam descoberto em uma pesquisa de Guedros sobre os famosos “Magos Imperadores” que dois deles tinham sido aprisionados em seus castelos pela poderosa magia “êxtase Temporal” e que foram designados guardiões. Esses guardiões foram os maiores nomes sagrados de sua época, um deles chamava-se Gerlof e protegia o sepulcro de Dracul de Nibirus, o outro era Isilaran, que protegia o local de descanso de Solomon Sorento. Nesta data o grupo de Maltha pretendia aprisionar o último dos “Magos Imperadores” chamado Giacomo. Um a um foram chegando todos os membros de seu grupo, primeiro chegou o casal de humanos mais estranho que ela já vira, a extravagante Walléria Asfin, que possuía habilidades druídicas e Martin que levava consigo a palavra do poderoso deus do Heroísmo. Logo depois chegou Nírnila, uma drow ranger de modos pouco convidativos, mas uma ótima Companhia para taberna. Alguns minutos se passaram e eles já tinham acendido uma fogueira e estavam beliscando alguns petiscos quando Guedros, um gnomo mago especialista em abjurações e conjurações entrou esbaforido e cheio de anotações, em seguida vinha Zorg, um meio-orc bárbaro de sabedoria duvidosa e bom coração. Rick, um humano mago bem calado e Ectrius também humano só que ladino. Finalmente Eloha uma drow guerreira e Olanor um elfo clérigo se juntaram ao grupo. Todos sabiam bem o que iam fazer e quando a jornada começou estavam tensos e receosos do pior. Enquanto Giacomo se defendia da investida patética de dois reinos que estavam sendo tomados por ele, o nosso grupo entrou furtivamente pelo flanco localizado no litoral e conseguiu alcançar os portões divinos. Nestes portões estavam presos Dragomir e Ilanna. Logo Guedros colocou seu plano em prática e com ajuda do poderoso Feänor conseguimos retirar Ilanna de seu cárcere e substituí-la por Feänor, que havia se oferecido.  Muitas foram as batalhas subseqüentes e vinganças e Glória andaram de mãos dadas aquele dia até que chegamos ao templo da deusa das estrelas onde nossa resgatada Ilanna Começou a realizar o ritual de despertar faíscas. Não vou entrar em detalhes de como fomos interrompidos e como Giacomo mandou Venedra corromper o ritual de forma eficaz. No fim, apenas poucos de nós conseguiram os poderes que procuravam, mas não deixamos que isso nos abatesse. Marchamos com todos os nossos aliados contra a poderosa e macabra fortaleza dos céus e lá derrotamos todas as aberrações criadas pelo antigo Imperador. Com ajuda de Ilanna prendemos todos em Extase temporal, inclusive Giacomo. Nesta batalha muitos morreram, outros se perderam e eu, simplesmente observei de longe. O mundo estava um caos, a ilha divina de Giacomo estava desgovernada e todos previam uma catástrofe. Sem Ilanna para nos orientar, pois ficou de guardiã no túmulo de Giacomo e nem Melkor que desapareceu por algum de seus motivos nós estamos à deriva e incompletos.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O Que eu penso quando ninguém pode me ver



Oghua parece distante agora. Mesmo que eu sinta o cheiro das flores e da limpeza, dos aromas característicos. Mesmo que eu escute o som dos ferreiros forjando suas katanas e me lembre perfeitamente dos movimentos sincronizados dos treinamentos nos pátios. Oghua parece uma lembrança que não existe mais.
Minha irmã parece ter esperanças ainda, pelo que vejo. Isso é bom. De nós ela foi sempre a mais ingênua. Ou será mais sábia?
Vejo a cada dia nesses rostos que aprendi a respeitar e confiar um fio de esperança de rever minha casa, meu jardim e meu reino. Mas em cada desafio que enfrentamos, sinto que isso se torna distante. Será que Oghua já foi minha um dia? Ou será que meu destino é fazer com que seja?
Meu pai, o poderoso Yamato Misuki está junto dos ancestrais de nossa família agora. Minha mãe, Ayumi, ou seria Maltha? Simplesmente não é mais quem eu conheci ha alguns anos, ou talvez sempre tenha sido ela mesma e eu nunca percebi. Ela agora é uma ameaça, pois foi capaz de matar o homem com quem construiu nossa família, logo, destruiu essa mesma família no processo. Será que ela seria capaz de matar a mim e minha irmã com a mesma frieza? Será que ela teve motivos e o vilão nesta historia toda é o velho e inflexível samurai? Será que um dia, eu e minha irmã teremos que batalhar contra a outra até a morte, cada uma defendendo um dos lados da moeda?
Hoje eu sigo para o norte, disposta a encontrar algo que não faço a menor ideia do que seja. Buscando um mestre a quem servir sem nem saber quem é. Isso soa estranho não? Será mesmo que preciso servir alguém? Será que os ideais de meu pai foram assim tão errados?
Minha irmã pensa em morrer por isso, no fundo eu sei. Meu treinamento e minha filosofia são um tanto mais elásticos, mas mesmo assim sinto tristeza por isso. Lembrar que meu pai dedicou tantos anos, senão todos, á defesa de um ideal e morreu pelas mãos da mulher que um dia amou é uma adaga que fere meu coração, dia após dia.Lembrar dos dias alegres e tranquilos da companhia de pantomimeiros onde aprendi a ser uma guerreira das sombras, lembrar do sorriso de minha mãe e de tudo que ela me ensinou. Será que ela chorou? Será que ela não se lembrou do primeiro beijo que deu em meu pai, da noite onde eu e minha irmã fomos concebidas? Será que ela se lembrou disso depois de tirar a vida dele?
Como uma ninja, aprendi a ser fria, calculista e precisa. Por mais que todo esse dilema venha interferindo muito em tudo, minha pontaria, minha precisão, minha calma e paciência com os mecanismos. Isso precisa parar e é hora de traçar uma estratégia.
Nunca cogitei pedir ajuda aos espíritos, ou deuses, seja lá o que forem. Mas vejo o fervor e o sorriso da Paladina quando a espada dela rasga inimigos ao meio, e a determinação do Privilegiado quando ele salva nossas vidas. Será que não foi isso que nos faltou? Será que meu pai, em sua arrogância ignorou os deuses e os espíritos dos ancestrais que tanto nos amam? Será que esses mesmos deuses estão guiando minha mãe e guiaram sua lâmina contra meu pai? Acho que até mesmo o mago mudo tem alguma fé em suas crenças. Talvez isso me falte. Talvez isso falte a Oghua.
Procurarei então, nos espíritos a sabedoria para lidar com os vivos. Talvez eles guiem minha lâmina para o lugar certo, e talvez eu possa cumprir minha missão enfim, assim que descobrir qual é.