segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Anise Mellineir


Eu sou uma das criaturas mais esquisitas que já pisou por Regna, só não sou a mais porque eu tenho uma irmã mais velha. Minha mãe me contava uma história de que nasci no alvorecer de uma noite de eclipse, que a lua brilhou seu último raio antes de se pôr quando era possível ver meu rosto e que o restante do meu corpo só nasceu quando o sol raiou no céu, ela dizia que nessa noite Eilistraee e Lathander me deram dois presentes, a deusa dos drows me concedeu seu belo cabelo e olhos prateados e Lathander me deu a pele branca como a dos elfos, mas ambos me deram o que há de bom nas duas raças. 

Eu cresci em uma grande cidade do reino de Varaess com minha mãe e meu pai, eu cresci sem amigos, pois mesmo um reino guiado por uma divindade boa tinha seus conservadorismos e a criança de um casal tão estranho não era muito bem vinda, mas ninguém jamais expressou isso na frente de meus pais, mas eu também não ligava muito, geralmente correndo arrastando um galho entre as pernas fazendo barulhos de cavalo e atirando as pequenas flechas com um arco em frutas e coisas penduradas nos varais e nas janelas.
Quando fiquei moça ajudava minha mãe nas tarefas domésticas, mas geralmente estava enfiada dentro do templo de Lathander ajudando meu pai. Eu sou a caçula de uma família de quatro irmãos, um elfo, uma drow, uma esquisita e eu, outra esquisita. Acho que até hoje se alguém me perguntar que raça eu sou eu não saberei responder.
Bom, eu cresci vendo minha mãe uma poderosa membro da Ordem do Arco e meu pai, um glorioso clérigo de Lathander viverem suas vidas pacatas, minha mãe diz que se cansou das aventuras, mas sempre dizia que chegaria minha hora e que eu deveria me preparar para seguir viagem.
Certo dia eu tive um sonho esquisito, eu estava deitada em um gramado macio, coberto pelo orvalho da madrugada, eu estava olhando para o céu e podia ver as estrelas e podia ver que estava começando amanhecer, na parte mais escura do céu eu pude ver muitos corvos trazendo uma tempestade muito negra, nesse momento um único raio de sol brilhou no céu do leste e um celestial parou de frente para a tempestade, os cabelos dourados e olhos prateados, ele me sorria de forma meiga e estava montado em um cavalo que cintilava como uma estrela, ele tinha uma espada desembainhada e apontava para a tempestade e falou na língua dos anjos que eu precisava combater a escuridão que se levantava, depois disso ele gritou para o cavalo e se ergueram no céu se juntando às estrelas, em seguida acordei e sabia que Lathander me queria em suas fileiras.
No dia seguinte fui até o templo e comecei meus ensinamentos como Paladina, minha mãe sorriu dizendo que era magnífico, mas no fundo ela ficou com muita raiva e eu nem sei o por quê, meu pai adorou e agora está contando para todo mundo que me tornei uma campeã de Lathander.
Agora estou eu, me preparando para viajar em busca dessa escuridão que se ergue para combatê-la com a luz do sol de Lathander.

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