sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Diferente ou Diferenciado?



Para muitos, o ato de falar é tão prazeroso quanto um orgasmo e tão rotineiro como respirar, mas para mim é muito mais que isso. Aprendi desde criança a duras penas o peso que pode ter uma palavra mal falada, dita num momento errado ou ate mesmo para a pessoa errada. Ja na adolescencia comecei a perceber a magia escondida nas entrelinhas das mesmas.

Nascido em familia humilde e trabalhadora. Mãe camponesa, dedicada à familia, gentil, sempre pronta a ajudar, senhora Cormelinda. Pai militar, orgulhoso em servir nas tropas da cidade, boêmio (para não dizer bêbado enveterado), desleixado com os 3 filhos, nunca chegava sobrio em casa (quando chegava), quase sempre descontava na familia os desmandos de seu capitão (outro desonrado), não raramente eu, meus irmãos ou minha mãe amanheciamos com ematomas, soldado Djar. Na falta de um sobrenome da familia, minha mãe sempre ironizava com muito humor dizendo: “__Sobrenome é coisa de nobre.”

Aprendemos com os anos, que a melhor maneira de evitar ferimentos era ficar calados ou no maximo concordar com suas ideias absurdas de bêbado ate que ele se cansasse e fosse dormir. Coitada de minha mãe que era obrigada a dormir ao lado daquele porco fedido a bebida e meretrizes, isso quando ela conseguia engolir as lagrimas e descançar. Eu ainda me lembro de meus irmãos mais velhos comentando adimirados sobre como eu era falante, espontaneo, alegre e inteligente nos primeiros anos de vida antes de começar a entender a real situação de minha familia.

Tive o privilegio de poder estudar na infancia graças à uma velha senhora caridosa que cedia sua casa para que sua filha ensinasse de graça as crianças dos camponeses. Foi uma epoca maravilhosa, salvo pelos colegas mais velhos que eu que sempre cassoavam de mim por mil motivos. Ora pelo olho roxo e inchado causados por meu pai, ora porque encontravam meu pai dormindo em serviço ou na praça da cidade todo sujo, ora por saber na ponta da lingua os ensinamentos da professora, ora por ser o mais magrelo da turma, ora por não gostar de brincar de “heroi e monstro” com espada e escudo no intervalo. O fato era que eu não podia abrir a boca que alguem começava a cassoar de mim por algum motivo. Isso foi decisivo para minha decisão no futuro.

Minha mãe certa vez, fez economias o mes inteiro para levar a mim e meus irmãos para um circo etinerante que passava pela cidade. Dentre todas as criaturas, os malabaristas e palhaços o que mais me chamou a atenção foi um mimico magico chamado kataplush “o calado”, o ponto alto do espetaculo. Todos o adoraram, todos queriam ser como ele, todos queriam ser ele, inclusive os garotos que sempre cassoavam de mim. Naquele momento eu percebi a importancia do silencio, vi que nos podemos nos comunicar sem usar palavras e que as pessoas prestam melhor atenção no silencio. Aquela podeira ser a solução para varios problemas meus, tanto em casa como na escola... dai por diante eu apenas falava com pessoas que eu admirava. Fazia isso por saber o valor inestimavel de uma palavra, desse modo eu não entregava essa dadiva para quem não a merecia e presentearia os merecedores com ela. Como todos na escola viram minha mudança de falante para silencioso, fizeram a analogia com o mimico magico e para me zoarem mais ainda passaram a me chamar de Bob “o calado”. (basicamente eu so falava com minha mae e minha professora. Não falava com meus irmãos pois eu achava que eles ja eram crescidos e podiam lidar com os desmandos de meu pai)

Os anos foram se passando, meus irmãos cresceram e foram obrigados por meu pai a ingressar nas tropas para terem o mesmo futuro que ele. Como se algum dos meus irmãos desejasse ser igual a ele. Barbossa, o mais velho, sempre foi fascinado pelas armas e se mostrou o mais dedicado. Benedite sempre preferiu caçar e ficar na floresta ao inves de treinar com as armas, porem de tanto apanhar de meu pai aceitou ingressar nas tropas tambem. Eu, Bob, sabia e temia ser o proximo, eu não queria largar os livros. (livros estes que minha professora ganhou de um amante aventureiro que sempre passava por ali e deixava presentes quando vinha visita-la, por ser um otimo aluno ela me deixava ler. Livros sobre arkanismo, magias, magos importantes, ocultismo, algumas culturas e um deles todo dedicado à Mystra).

Uma noite da minha adolescencia, 15 anos se me recordo bem, meu pai chegou em casa apos um dia inteiro na taberna e começou a procurar um motivo para nos atormentar. Meus irmãos estavam em treinamento nessa noite com suas respectivas tropas, somente eu e minha mãe estavamos em casa. Minha mãe arrumava algo para nossa janta, obrigação dela na cabeça dele, então se virou pra mim que ao inves de estar treinando com armas lia um livro (que falava sobre a Deusa Mystra). Aquela cena foi mais do que necessaria para desencadear uma das piores reações que ja vi daquele homem. Como um barbaro em frenesi ele saltou em mim com ponta pes e socos arrancando o livro de minha mão e me jogando ao chão. Esbravejando como se eu fosse um criminoso. Minha mãe ja estava acostumada com xingamentos e tapas, por isso ela demorou a ver que a coisa estava mais seria que a de costume. Ao ver a cena, ela se jogou entre mim e meu pai para impedir a segunda saraivada de golpes... foi a ultima cena que vi antes de desmaiar.

Ao acordar, minutos depois, vi minha mãe ao chão, me olhando com lagrimas nos olhos, esticando sua mão para tentar me alcançar em vão... logo percebo uma poça de sangue... uma espada cravada em sua barriga... uma espada familiar, a espada que meu pai usava... por falar nele, vejo que acaba de sair pela porta, correndo, assustado e cambaleando... no chão proximo à porta esta o livro que antes estava em minhas mãos... me lembro das ultimas cenas que havia lido onde a Deusa mystra punia criminosos usando sua magia... meu coração que ja estava cheio de raiva e odio desejou que aquele crime não ficasse sem punição e pedi ajuda para mystra... nesse momento vi uma grande luz que me forçou a fechar os olhos... mesmo com os olhos fechados vi uma linda criatura que se assemelhava com as descrições de Mystra e uma voz melodiosa dizia baixinho em minha mente:__Que assim seja!... A luz e a voz somem assim que sinto algo tocando minha mão... é minha mãe que apertando minha mão se esforça para conseguir dizer suas ultimas palavras:__Filho, eu te amo. Com muito esforço eu me sento e a seguro em meu colo enquanto ouço seu ultimo suspiro.

Não me lembro muito bem do decorrer daquela noite, muitas pessoas chegando, gritando, pedindo ajuda, correndo pra la e pra ca, me separando de minha mãe. Ao amanhecer meus irmãos aparecem, arrasados, chorando, desesperados. Mais tarde ouço comentarios que o corpo de meu pai foi encontrado na floresta com muitas marcas de cortes e queimaduras... alguns dizem que viram um elemental de fogo destroçando seu corpo, outros dizem que é mentira pois elementais de fogo nunca foram vistos nas redondezas.

Depois dessa tragica ocasião, eu fiquei aos cuidados de minha professora por algum tempo. Barbossa se desligou das tropas por vergonha do que nossa pai havia feito e foi embora com alguns mercenarios, nunca mais ouvi falar dele. Benedite não viu mais motivos para continuar nas tropas e tambem se desligou, preferiu ir viver na floresta pois estava cansado de ter que lidar com humanos, ele preferia os animais por serem muito mais honestos e doceis. Continuei a estudar os livros que minha professora recebia, com o tempo vi que eu precisava de mais que leitura para poder evoluir na profissão que escolhi, quero ser um feiticeiro.

Anos se passaram e chegou minha vez de sair em aventuras e tentar deixar o passado onde esta. Ouvi sobre alguns pergaminhos perdidos e decidi partir em jornada para acha-los e começar minha caminhada. Parti sozinho, mas não demora me vi dentro de um grupo distinto de aventureiros com nobres sentimentos. Não sei ate quando, mas acho que Mystra me trouxe ate eles por algum motivo... assim seguirei.

Eu sou Bob “o calado”, e essa é a minha historia.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Nobre em Fuga


Não sei por onde começar a contar. Tenho certeza que vou ser interpretado de forma patética ou pior. Minha história começa no grande poderoso castelo de Ithillien onde a poderosa Duquesa Dyana Galliard governa de forma sábia e às vezes sem precedentes. Eu e meu irmão nunca podíamos sair muito do castelo, a não ser que estivéssemos com a guarda de minha mãe. Meu pai, Carhil Arballion sempre se mostrou desinteressado de seus próprios filhos, mas quando chegou o momento de nos aventurarmos ou nos unirmos à vida militar, ele nos deu todo o apoio. Eu desde cedo apresentei poderes divinos, o que me fez vir a conhecer os Privilegiados enquanto meu irmão seguiu o caminho de minha mãe e se tornou um feiticeiro. Ambos ingressamos nas tropas de estrela, porém nunca éramos designados para nada que não fosse seguro. Servíamos mais para fazermos pedidos das tropas para seus governantes do que ajudá-los mesmo propriamente dito em combate.  Eu e meu irmão nos cansamos desta vida e então decidimos fazer o que todo nobrezinho revoltado faz quando quer ser livre, arquitetar uma fuga para que assim pudéssemos nos aventurar. Eu havia preparado tudo, porém sem luxos, se íamos ser aventureiros teríamos que começar como os outros. Meu irmão as vésperas da fuga simplesmente desistiu dando a desculpa de que sua mentora era nossa mãe e que pretendia ficar ao seu lado neste momento difícil que é a guerra que está para acontecer. Sozinho e muito bravo com meu irmão realizei a “fuga” do castelo e das redondezas de Ithillien sem problema até que enquanto galopava meu lindo corcel fui pego por algo que ainda não sei explicar. Acordei em uma cela com algumas pessoas estranhas. Fui salvo pela filha do Snaider de Vereerd Yorick Everdeane, sim eu o conheço, pois minha mãe há muitos anos me levou para conhecer o mestre dela, Burkos o Kaptein da casa Uil. Agora estou em uma situação complicada. Muitas são minhas opções, mas pelo que sei minha mãe não vai deixar minha fuga “barata” e logo intervirá em minhas funções. Espero que consigamos sair do território de Ellenamme antes disso e quando eu, Evarion Arballion, voltar para minha amada terra, serei poderoso o bastante para ostentar um dia algum cargo militar igual a meu tio. Só quero ver se o medroso do meu irmão vai conseguir ser Duque lançando apenas mísseis mágicos. (risos)

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Anise Mellineir


Eu sou uma das criaturas mais esquisitas que já pisou por Regna, só não sou a mais porque eu tenho uma irmã mais velha. Minha mãe me contava uma história de que nasci no alvorecer de uma noite de eclipse, que a lua brilhou seu último raio antes de se pôr quando era possível ver meu rosto e que o restante do meu corpo só nasceu quando o sol raiou no céu, ela dizia que nessa noite Eilistraee e Lathander me deram dois presentes, a deusa dos drows me concedeu seu belo cabelo e olhos prateados e Lathander me deu a pele branca como a dos elfos, mas ambos me deram o que há de bom nas duas raças. 

Eu cresci em uma grande cidade do reino de Varaess com minha mãe e meu pai, eu cresci sem amigos, pois mesmo um reino guiado por uma divindade boa tinha seus conservadorismos e a criança de um casal tão estranho não era muito bem vinda, mas ninguém jamais expressou isso na frente de meus pais, mas eu também não ligava muito, geralmente correndo arrastando um galho entre as pernas fazendo barulhos de cavalo e atirando as pequenas flechas com um arco em frutas e coisas penduradas nos varais e nas janelas.
Quando fiquei moça ajudava minha mãe nas tarefas domésticas, mas geralmente estava enfiada dentro do templo de Lathander ajudando meu pai. Eu sou a caçula de uma família de quatro irmãos, um elfo, uma drow, uma esquisita e eu, outra esquisita. Acho que até hoje se alguém me perguntar que raça eu sou eu não saberei responder.
Bom, eu cresci vendo minha mãe uma poderosa membro da Ordem do Arco e meu pai, um glorioso clérigo de Lathander viverem suas vidas pacatas, minha mãe diz que se cansou das aventuras, mas sempre dizia que chegaria minha hora e que eu deveria me preparar para seguir viagem.
Certo dia eu tive um sonho esquisito, eu estava deitada em um gramado macio, coberto pelo orvalho da madrugada, eu estava olhando para o céu e podia ver as estrelas e podia ver que estava começando amanhecer, na parte mais escura do céu eu pude ver muitos corvos trazendo uma tempestade muito negra, nesse momento um único raio de sol brilhou no céu do leste e um celestial parou de frente para a tempestade, os cabelos dourados e olhos prateados, ele me sorria de forma meiga e estava montado em um cavalo que cintilava como uma estrela, ele tinha uma espada desembainhada e apontava para a tempestade e falou na língua dos anjos que eu precisava combater a escuridão que se levantava, depois disso ele gritou para o cavalo e se ergueram no céu se juntando às estrelas, em seguida acordei e sabia que Lathander me queria em suas fileiras.
No dia seguinte fui até o templo e comecei meus ensinamentos como Paladina, minha mãe sorriu dizendo que era magnífico, mas no fundo ela ficou com muita raiva e eu nem sei o por quê, meu pai adorou e agora está contando para todo mundo que me tornei uma campeã de Lathander.
Agora estou eu, me preparando para viajar em busca dessa escuridão que se ergue para combatê-la com a luz do sol de Lathander.